terça-feira, 11 de novembro de 2008

Outra vez...

Colocamos alguns sonhos numa gaveta qualquer escondidos no fundo do nosso coração ou naquele lugar secreto onde guardamos as memórias mais especiais.
Umas vezes amarrotados, outras vezes direitinhos e dobrados ao meio, a verdade é que, por cada sonho que a vida ou os outros ou nós mesmos nos roubamos, a gaveta vai enchendo e enchendo cada vez mais.
É assim a vida.
Como também acontece, um dia de repente, a gaveta arrebenta de tão cheia que está, de tão pesada que nos tomba os ombros e nos damos num pranto sem limites.
E o que responder aos outros quando nos perguntam o que ta acontecendo.
Não há nada para dizer. Nada além de chorar.
Simplesmente esgotamos a reserva que nos tinha sido concebida, por alguma força desconhecida, para enfrentar a realidade.
Até que certa manhã, por exemplo, a chuva cai de repente e as cores brilham de forma luxuriante, um dos nossos filhos nos abraça sem razão alguma, ou encontramos por acaso alguém que conhecemos e que tem problemas muito maiores.
Então, olhamos no espelho com vergonha das nossas fraquezas, limpamos a gaveta dos sonhos não concretizados e começamos do zero.
Outra vez...

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