Como eu queria saber de cor, a maciez das linhas do teu rosto e os contornos definidos desse corpo q adivinho na sombra de um eterno jogo de intenções dissimuladas e mal intencionadas...
Queria saber de cor, o sabor dos teus beijos no enlouquecido balanço dos meus sentidos e a doçura branda do sorriso com que me adormeces e me desarmas sempre que com os olhos prometes o que em palavras, vais deixando por cumprir ou mesmo te falta a coragem pra falar...
Queria saber-te de cor, sentir-te como um todo!
Prender-te nos meus pensamentos...
Porque o coração e os olhos nunca me enganaram e a pele guarda ainda fresca na memória o prazer
q o tempo não desvanece!
Queria saber de cor do toque dos teus dedos nessa urgência de desejos que me assalta e essa insana agonia de me sentir desnuda diante dos mistérios desses olhos com que me afagas...
Queria saber de cor todos os teus passos, todos os teus gestos e todas as palavras q usas para me confundires e enfeitiçares.
Ah, e como fazes bem isso, chega a ser perturbador...
Me deixas perdida, no gigantesco inferno da paixão que me devora!
Bebo tuas palavras profundamente, da nascente da tua boca, com a avidez de quem, em desespero, sonha com um oásis, na esperança de finalmente, poder acalmar a imensa sede que trago comigo!
E então secretamente prossigo, em sucessivos avanços e recuos, ao sabor do q quero e não quero, mas sabendo q logo cederei, como sempre...
E à vezes estremeço de medo... Medo de nunca mais me encontrar depois de me ter deixado perder!...