Aquele desamor que vivi ontem foi, provavelmente, uma sessão de tortura imposta por uma sentença do destino, em virtude de um delito que não sei se cometi, nem quando, nem onde.
Ou talvez saiba das minhas culpas sim. Mas tem sido tantas as sessões de torturas pela vida toda que me amedrontam, me reprimem. Eu tenho medo de cada novo relacionamento afetivo, como se o martelo estivesse batendo sobre a mesa para uma nova sessão de tortura. Eu olho o rostinho meigo à minha frente, cheio de ternura e carinho, e me pergunto no fundo do meu silencio: e VOCÊ, o que vai fazer de mim agora?
Eu não sei por que este sentimento teve tanto significado para mim. Eu não sei como e por que ele surgiu. Eu não entendo a razão pela qual ele se sustentou em condições tão pantanosas e contra minha razão. Afinal, distancia, diferenças culturais, relacionamentos complicados, razões pra um término era o que mais haviam. Eu não explico por que ele resistiu e insistiu em fluir para onde ele não foi acolhido ou compartilhado. Não consigo entender o seu INSTALAR-SE dentro de mim.
Eu me submeto resignada e um tanto masoquista a cada sessão de tortura, com as forças de quem acredita que à dor se sucede o prazer. Um pouco por uma esperança anonima assentada na ignorância do Código Penal do destino e o comprimento das suas penas (mesmo porque ignoro o meu delito).
Mas, muito mesmo, por desconhecer os mistérios do destino. Prefiro me entregar, sem razão, leve e solta, a cada capricho que ele, (o destino), me impuser na eterna expectativa de que seja sempre a última cena.
A última vez, como se fosse a felicidade entrando triunfal, sob o entusiasmo do maestro, dopada de alegria, doce e sedutora, com a curtíssima eloquente fala: AAh, meu menino maluquinho dos olhos doces, o que fizeram de você nesta vida errada, que nem é a sua!
O sonho não acabou...pelo menos pra mim.
Acho q sei perder... siga sua estrela ♫